13 março 2013

Pecado abstrato

"Josielma Ramos"

Tudo é vazio,
Olho para a parede escura do meu quarto,
E o retrato no quadro quebrado pisca para mim,
Meu Deus,
Que angústia sem fim.

Tenho medo do escuro,
É um escuro abafado,
Quanto mais caminho,
Mais longa me parece à estrada.

Quanto mais caminho,
Mais as trevas se aproximam,
E a luz se afasta de mim.

Meu medo é cego,
Claustrofóbico,
Melancólico,
É doente.

Medo rápido e sagaz,
Fere mortalmente a pele,
Como uma adaga de marfim,
Arrancando furiosamente,
A mão da gente.

Mão que comete pecado,
Pecado proibido,
Aumentando a libido,
E evitando o impossível,
Assim sendo por fim,
Pecado cometido.

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