Ontem dei a primeira palestra da minha vida ebaaa...
Eu estava tão nervosa, nunca apresentei nada em público a não ser declamar poemas nos saraus e o dia estava tão quente que eu passei mal antes da palestra começar, no inicio fiquei muito nervosa e não sabia bem por onde começar, mas minha professora de psicologia da educação Nadine estava presente na sala (foi ela quem me meteu nessa rsrs), e ela me ajudou no inicio apresentando meu trabalho e minha obra, me soltei mais no fim da palestra quando as pessoas começaram a me fazer perguntas, acredito que foi a parte mais descontraída, vou postar as fotos e no final desse post colocarei o texto base que escrevi para usar na palestra.
OBS: já ia esquecendo, eu fiz uma lista que pode ser vista nesse link >> 30 coisas para fazer antes dos 30 e o item número 12 era ser palestrante, ou seja, item concluído antes dos 30 rsrs.
OBS: já ia esquecendo, eu fiz uma lista que pode ser vista nesse link >> 30 coisas para fazer antes dos 30 e o item número 12 era ser palestrante, ou seja, item concluído antes dos 30 rsrs.
Professora Nadine
Gente que vergonha, em quase todas as fotos eu sai com a mão na orelha, culpa do nervosismo rsrs.
Aqui eu já estava respondendo as perguntas do pessoal.
Olha a mão na orelha de novo rsrs.
Fiquei muito feliz que meus colegas de classe foram assistir minha palestra.
Minha colega de classe Mônica comprou um livro meu <3
Essa galera é top, meu grupo de estudo da faculdade, Raphaela, Eliane, Luzia, Gislaine, Alex e a professora Nadine.
Joel estava lá para tentar me acalmar rsrs.
E ao fim ganhei um certificado da minha primeira palestra, agora aqui em baixo deixarei o texto que usei.
Sonhar, escrever e editar.
Poesia é um gênero literário composto por versos estruturados
de forma harmoniosa, é uma forma sublime do poeta expressar seu sentimentos em
palavras, a poesia é tudo o que desperta sentimentos é uma arte que
sensibiliza, encanta e inspira.
Quando comecei a escrever na adolescência eu seguia a métrica
de acordo com o que a minha professora me propunha, me inspirava nos poemas de
Vínicius de Moraes e queria escrever como ele, principalmente os sonetos que
eram meus poemas favoritos, mas depois conheci os versos livres que não seguem
nenhuma métrica, neles encontrei a minha liberdade de escrita e criei meu
próprio estilo e ritmo.
Conheci a poesia de maneira profunda aos 14 anos e ali me apaixonei,
uma professora de português descobriu meu amor pela leitura e começou a me
incentivar a ler crônicas de Stanislaw Ponte Preta e poemas de Vinícius de
Moraes, ela nos incentivava a escrever poesia em sala de aula e a mesma
organizou alguns concursos no colégio, os quais nunca participei por medo ou
vergonha, aos 15 anos escrevi meu primeiro soneto com a ajuda do meu pai para
participar de um concurso de poesia em Santana de Parnaíba, o qual nunca participei
mais uma vez por medo, mas no fundo eu sabia que meu poema era bom e por isso
continuei a escrever, mas depois de um tempo não sei bem o porque eu apenas fui
escrevendo cada vez menos até que parei de escrever, meus poemas se perderam e
eu já não tinha nada deles, só alguns que me lembrava na mente. Em 2012 através
do jornal da cidade fiquei sabendo que haveria um sarau do movimento poético parnaibano,
liguei e me inscrevi para participar, e naquela mesma semana na casa da minha
mãe eu encontrei um caderninho antigo com alguns poemas que eu escrevia, eu o reli
e muitos daqueles poemas reescrevi, e mesmo com a minha timidez participei do
sarau, apresentei dois sonetos que eu havia escrito na minha adolescência e
gostei de fazer parte de algo tão único como aquele evento que descobri que
aconteceria uma vez por mês, então durante um tempo participei desses eventos
até que um dia acabou, mas para cada um daqueles saraus eu sempre escrevia no
mínimo 4 poemas novos para declamar, e mesmo depois que os saraus pararam de
acontecer eu continuei a escrever.
A inspiração me vinha de todos os modos possíveis, eu
trabalhava em uma empresa de designer de semi-joias, e no meu almoço quando não
estava lendo estava escrevendo, lembro-me de muitas vezes ser ridicularizada
por sonhar demais, minhas próprias colegas de trabalho faziam comentários
negativos a respeito daquela minha mania e principalmente por muitas vezes
deixar de almoçar para estar ali escrevendo, apesar de aqueles comentários me
incomodarem um pouco eu não me deixava abater e nem desistia do que estava
fazendo, meu sonho era ter um livro publicado e esse sonho eu realizaria mesmo
com todas as dificuldades que tivesse que enfrentar, qualquer coisa era motivo
para escrever uma poesia, qualquer imagem mental, um dia frio, um dia chuvoso,
foi assim que escrevi o poema “Ponte”, uma pessoa, um morador de rua, foi assim
que escrevi o poema Terminal, uma dor, desilusão, alguns poemas são quase como
um desabafo do que está dentro de mim e não consigo encontrar voz para gritar,
os poemas gritam por mim.
Escrever é um processo, às vezes lento e doloroso,
principalmente quando não conseguimos expressar o que sentimos e passar aquilo
para o papel, o bloqueio criativo é o pior inimigo de um escritor, mas quando a
criatividade surge nada nos faz parar, meus dedos chegam a doer, não consigo
largar a caneta, eu tenho minha rotina particular para escrever, não tem hora
certa, mas tem a minha maneira certa para começar, normalmente uso cadernos,
não gosto de digitar direto no computador como alguns amigos meus fazem, por
medo de perder meus trabalhos, já tive uma experiência muito ruim com isso,
cheguei a perder quase seis meses de trabalho que estava em um pen drive depois
de ter pego um vírus, então ainda acredito que o papel é a melhor forma de
guardar e proteger um trabalho, menos de fogo e água é claro.
Acredito que escrever seja difícil para algumas pessoas,
porque elas tem medo de errar, muitas vezes tem o dom, a ideia e inspiração,
mas não passam para o papel, não só medo de errar sobre o assunto que vão
escrever, mas errar ortograficamente, o que se pararmos para pensar é uma
besteira, pois hoje em dia nem precisa ser alfabetizado para se publicar um
livro, um bom exemplo é Patativa do Assaré que era analfabeto e é um grande
poeta, com uma boa editora, um bom Beta Reader, uma boa gráfica e uma boa ideia
qualquer um pode ser escritor, tanto que podemos perceber o quanto o mercado
editorial tem crescido no Brasil, novas editoras nascem todos os anos e crescem
em uma velocidade incrível, na Bienal de São Paulo desse ano conheci muitos escritores e fiquei surpresa com a receptividade dos
leitores em relação a eles, são ótimos autores com obras lindas como Mauricio
Gomyde, Bruna Vieira, Renata Ventura e Lu Piras. É um mercado que tem crescido,
apesar das editoras grandes ainda preferirem apostar na literatura estrangeira,
pois a venda é certa.
Depois de fazer amizade com vários escritores e confesso
também que depois de assistir um documentário chamado “um ano na vida de J.K.
Rowling eu fiquei apaixonada pela ideia de escrever um livro, eu tinha várias
historias iniciadas, mas eu prometi a mim mesma que meu primeiro livro
publicado devia ser sobre o que eu mais amava, a poesia.
Sendo assim reuni todos os poemas que eu já tinha escrito em
um único arquivo, e comecei a enviar para todas as editoras que eu conhecia ou
havia conseguido o endereço, muitas me recusaram dizendo que não trabalhavam
com poesia, algumas foram muito simpáticas e recusaram delicadamente, outras
foram secas e deixaram bem claro que os bons poetas já morreram que quando eu
tivesse um outro tipo de trabalho que voltasse a entrar em contato. Um dia um amigo me perguntou se eu tinha meus
poemas registrados no ISBN, a biblioteca nacional, pois eu tinha que
registra-los para não correr o risco de sofrer plágio, descobri que um arquivo
demorava em média 2 meses para ser registrado e que custava apenas 20 reais,
tive que preencher uma ficha que tinha no site falando sobre a obra e enviar, e
enquanto eu terminava a editora penalux se interessou pela minha obra, me
pediram um prazo de noventa dias para me dar uma resposta, ao fim desse noventa
dias eles não haviam me dado a resposta ainda, como eu não sabia como tratar
com uma editora fiquei receosa de entrar em contato com eles e esperei mais
umas duas semanas por uma resposta, e nada, ai meu marido disse para eu enviar
um e-mail perguntando, era pior ficar com a dúvida, enviei e horas depois
recebi a resposta, pedindo desculpa pela demora porque ficaram atolados em
originais enviados no fim do ano, mas que sim meu original havia sido aprovado,
ai foi só alegria.
Bem, nem tanto, na verdade foi ai que começou a parte mais burocrática
do trabalho, foi tudo tratado por e-mail, na verdade até hoje não conheço meu
editor pessoalmente e só falei uma vez com ele por telefone, conversávamos muito
por facebook e e-mail.
Ele enviou o contrato por e-mail, eu tive que assinar e abrir
firma, enviar para eles, e esperar minha cópia assinada por ele que demorou 2
meses para voltar, ai minha ansiedade já estava a mil, quando recebi minha
copia do contrato fiquei tão aliviada, e ai sim começou a parte mais digamos
chata, ele faziam a revisão e me enviavam para ver se eu queria modificar algo,
tive que enviar uma foto, eu não tinha fotos boas e a primeira que eu mandei eu
estava com o cabelo curto quando o livro estava próximo de lançar meu cabelo
tinha crescido eu tinha emagrecido, estava muito diferente, tive que mudar a
foto quase em cima da hora de ir para a gráfica, entre isso me perguntavam como
eu desejava minha capa, eu detalhei o que eu imaginava, só não pensei que
fossem conseguir captar tanto a essência do que sonhei, depois me enviaram a
diagramação, o resultado final do miolo
do livro que tinha alguns errinhos os quais pedi para corrigirem, e
mesmo assim depois do livro publicado ainda uns errinhos fugiram aos meus olhos
infelizmente, mas felizmente foram bem poucos, depois disso tudo antes do livro
ir para a gráfica eu tinha que pagar 50% do valor combinado com a editora, e os
50% restantes seria depois do lançamento, depois de depositado o livro ficou
pronto em duas semanas e chegou lindo em duas caixas para mim, a partir daí era
só se preparar para o que deveria ser a parte mais fácil, o lançamento.
Eu inicialmente pensei em realizar o lançamento em dos locais
em que organizávamos os nossos saraus poéticos, o que seria bem bacana, pois
tinha sido onde tudo começou, o difícil foi encontrar os locais disponíveis,
pois um dos locais estavam com as datas cheias até o inicio de dezembro desse
ano, e o outro teria um evento, nas semanas seguintes, depois de ir assistir
uma peça de teatro de meu amigo Weber Carvalho Dramaturgo da cidade, ele me
convidou para fazermos o lançamento em sua escola de teatro, o lançamento
aconteceu no dia 27 de setembro, e foi simplesmente mágico, as crianças da
escola apresentaram peças de teatro em homenagem a primavera, teve apresentação
de jazz contemporâneo, o próprio Weber representou um poema do Patativa do Assaré,
tivemos música ao vivo, muito MPB e bossa nova, e pessoas maravilhosas
declamando os poemas do meu livro, a única parte ruim foi eu ter que me
apresentar e falar sobre o livro, não tenho o costume de falar em publico,
então é claro que eu travei, acabei lendo um poema meu e foi tudo que eu
consegui dizer, não foi muito engraçado.
Enfim agora o que eu espero é colher os frutos de meu
trabalho, poder levar a poesia a todos que necessitam de um pouco de magia em
sua vida, criar alguns projetos de incentivo a poesia, fazer palestras em
escolas de ensino médio e fundamental, pois a poesia só é pouco popular entre
os jovens porque não os incentivamos a compreender, gostar e sentir a poesia, e
retornar com os saraus que infelizmente deixamos morrer.