DEFINIÇÃO DE POESIA
Poesia é a forma de expressão lingüística destinada a evocar sensações, impressões e emoções por meio da união de sons, ritmos e harmonias, utilizando-se vocábulos essencialmente metafóricos.
A poesia surgiu intimamente ligada à música. As poesias dos aedos gregos e trovadores medievais promoviam a união entre a letra do poema e o som. Ao longo dos anos, este vínculo foi se intensificando, mas houve uma distinção técnica entre a música (que passou a ser escrita em pautas) e a poesia que preservou a rítmica natural, e passou a ser construída por meios gramaticais. Posteriormente, a poesia ganhou fundamentos e regras próprias.
DIFERENÇAS ENTRE POEMA E POESIA
Existe alguma divergência entre o que significa Poema e Poesia. Para efeito geral, considera-se que são sinônimos; mas para a definição acadêmica, Poesia é o gênero de composição poética e Poema é a obra deste gênero.
Para que entendamos melhor, vejamos a definição de Poema segundo o eminente escritor, Assis Brasil:
“POEMA é o “objeto” poético, o texto onde a poesia se realiza, é uma forma, como o soneto que tem dois quartetos e dois tercetos, ou quatorze versos juntos, como é conhecido o soneto inglês.
Um poema seria distinto de um texto ou estrofe. Quando essa nomenclatura definitiva é eliminada, passando um texto a ser apresentado em forma de linhas corridas, como usualmente se conhece a prosa, então se pode falar em poema-em-prosa, desde que tal texto (numa identificação sumária e mecânica) apresente um mundo mais “poético”, ou seja, mais expressivo, menos referente à realidade. A distinção se torna por vezes complexa. (…) a poesia pode estar presente quer no poema que é feito com certo número de versos, quer num texto em prosa, este adquirindo a qualidade poema-em-prosa“.
POESIA, Assis Brasil define assim:
“(…) uma manifestação cultural, criativa, expressiva do homem. Não se trata de um ‘estado emotivo’, do deslumbre de um pôr-do-sol ou de uma dor-de-cotovelo; é muito mais do que isso, é uma forma de conhecimento intuitivo, nunca podendo ser confundido o termo poesia com outro correlato: O poema”.
DEFINIÇÃO DE VERSO
Verso é cada uma das linhas de um poema. É a unidade rítmica da composição poética. Existem três qualificações de verso: VERSO AGUDO; VERSO GRAVE e VERSO ESDRÚXULO.
Verso Agudo é o que termina em palavra oxítona ou em monossílabo tônico. Exemplos: trenó, luz.
Verso Grave é o verso que termina em palavras paroxítonas. Exemplos: palavra, bonito, capote.
Verso Exdrúxulo é o verso que termina em palavras proparoxítonas. Exemplos: lépido, insípido, súbito, apátrida.
DEFINIÇÃO DE POEMETO
POEMETO é um poema curto. De poemetos, temos belos exemplos, como sejam: O Melro e O Fiel, de Guerra Junqueira, e Juca Mulato, de Menotti Del Picchia.
DEFINIÇÃO DE ELISÃO
ELISÃO é a fusão de duas ou mais vogais no mesmo verso, formando uma sílaba só. Exemplo: Dei-te amor (4 sílabas) = Dei-tea-mor (3 sílabas poéticas).
DEFINIÇÃO DE HIATO
HIATO é o encontro de duas vogais, em sílabas diferentes. Nas frases em que ele ocorre, as vogais não se fundem quando da leitura do verso. Exemplo: Está a falar.
O QUE É E COMO SE FAZ A CONTAGEM DAS SÍLABAS
Na tradição de nossa língua, a contagem de sílabas no verso difere da contagem gramatical das palavras na frase.
Enquanto nesta são consideradas todas as sílabas, no verso ela se processa como se fala, com a absorção de vogais pronunciadas. Em poesia não se contam:
- A última sílaba do verso grave. Exemplo: Na palavra membrana, não se conta a sílaba na;
- As duas últimas sílabas, no verso esdrúxulo. Exemplo: Na palavra prática, não se contam as sílabas ti-ca.
DEFINIÇÃO DE RIMA
Embora desconhecida na literatura antiga, a rima tornou-se – a partir do início da Idade Média – um elemento fundamental da lírica. Ela reforçava os aspectos sonoros e musicais dos versos, além de estabelecer algumas correspondências de sentido entre eles. A rima nasce de uma semelhança ou de uma igualdade de sons em dois ou mais versos: calor / amor; remédio / tédio; etc. Geralmente, ela se dá no final dos versos, de forma alternada (AB/AB), como nesta estrofe de um poema de Vinícius de Moraes:
Distante o meu amor, se me afigura (A)
O amor como um patético tormento (B)
Pensar nele é morrer de desventura (A)
Não pensar é matar meu pensamento. (B)
As rimas também podem aparecer duas a duas (AA/BB/CC), sendo conhecidas como rimas emparelhadas. Existe também as que ocorrem entre o primeiro e o quarto versos, o segundo e o terceiro (AB/BA), recebendo o nome de rimas entrelaçadas. Há também uma rima interior, quando uma ou mais palavras que coincidem sonoramente estão no interior do verso. Veja-se este exemplo de Fernando Pessoa:
E há nevoentos desencantos
Dos encantos dos pensamentos
Nos santos lentos dos recantos
Dos bentos cantos dos conventos
Prantos de intentos, lentos, tantos
Que encantam os atentos ventos.
Dos encantos dos pensamentos
Nos santos lentos dos recantos
Dos bentos cantos dos conventos
Prantos de intentos, lentos, tantos
Que encantam os atentos ventos.
Durante o século XVIII, os autores do Arcadismo, em nome dos antigos clássicos, combateram duramente a rima na poesia. Instituiu-se então o verso branco, onde as semelhanças ou identidades de fonemas não apareciam. No século seguinte, a rima ressurgiu com força, em especial nos autores do Romantismo e do Parnasianismo. Já no século XX, ela quase desapareceu diante do verso livre (sem rima e sem métrica), utilizado pela maioria dos poetas contemporâneos.
Extraido de: http://portalliteral.terra.com.br/
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