03 janeiro 2018

O senhor das moscas - Willian Golding - Resenha de Josielma Ramos

Eu escrevi essa resenha em 2010 para o blog Universo dos leitores onde eu era colunista, é o meu livro favorito e uma de minhas resenhas mais queridas, então gostaria de compartilhar ela aqui com vocês que acompanham o Como vejo o mundo, espere que apreciem assim como apreciei escrevê-la.

Sinopse: Um avião lotado de crianças e adolescentes cai numa ilha deserta. Os jovens sobrevivem e, aos poucos, vão se reunindo num grande grupo. Em assembléia, os meninos designam um líder. Longe dos códigos que regulam a sociedade dos adultos, esses jovens terão de inventar uma nova civilização, alicerçada exclusivamente nos recursos naturais da ilha e em suas próprias fantasias. 

Resenha: 
Perturbador... Foi essa a impressão que me deixou a alegoria do inglês vencedor do Nobel de Literatura, William Golding.
A um leitor desavisado talvez a trama possa passar por um livro de aventura. Os elementos estão todos lá: garotos cheios de energia, ansiosos por se verem livres das sufocantes regras impostas pelos adultos, abandonados em uma ilha inabitada, cheia de mistérios e pronta a ser explorada. Mas as semelhanças com este tipo de gênero literário acabam por aí! 
O Senhor das moscas é a história de um grupo de meninos que estava viajando e o avião caiu em uma ilha deserta. A história é contada na maior parte das vezes pelo ponto de vista de Ralph, que se torna o líder depois de uma votação democrática e rapidamente decide que eles precisam ter regras para sobreviver no local.
Ralph tem um aliado muito importante, o Porquinho, que funciona como o cérebro do grupo. Ele é muito cético e tem as melhores idéias, sempre usando o bom senso. Ele também se torna um aliado muito bom, porque a maioria das crianças só está interessada ​​em se divertir e caçar e, muitas vezes, Ralph e Porquinho parecem ser as únicas pessoas realmente interessadas em encontrar uma maneira de sair da ilha.
Outro personagem que se destaca é Jack, o líder do coro de meninos. Jack também tem características de um líder, e muitas vezes discute com Ralph, já que divergem em vários assuntos. No início, Jack chega a respeitar as atitudes de Ralph, mas com o tempo a inveja pela liderança aflora e os dois se tornam inimigos declarados.
No início, o prazer pela caça que Jack e os outros demonstram parece fazer parte de uma grande brincadeira, coisa de criança, mas com o passar do tempo a diversão se torna obsessão e vira uma atividade doente de caça e matança. 
William Golding discute o instinto humano de sobrevivência e mostra como o medo do desconhecido pode afetar o julgamento e criar pessoas cada vez mais violentas. O livro foi escrito logo após a Segunda Guerra Mundial, em uma época em que o mundo vivia com medo de outro conflito de proporções grandes, quando a natureza do bem e o do mal eram constantemente debatidas. O autor usou esse estado de medo para escrever sobre um grupo de crianças que acabam em uma ilha deserta, longe da civilização, regras e adultos. 
O temor na vida das pessoas é explorado pelo autor no momento em que as crianças passam a acreditar que há um monstro na ilha. Eles começam a viver em um constante estado de tensão, embora apenas algumas delas tenham visto o tal monstro. A história traz uma série de analogias, começando com o título, que se refere a Belzebu, cujo significado do nome é exatamente Senhor das Moscas. 
Essa não é uma leitura leve, não mesmo! Fiquei pensando no desfecho o que me deixou meio abalada. O último trecho do livro é arrepiante. 
Esse é um livro maravilhoso e assustador, com reflexões sobre a perda da inocência, de como a humanidade sempre caminha para a guerra mesmo em meio à pureza e, também, sobre a ascensão do mal no coração humano. Uma história real sobre o animal mais perigoso de todos: o homem. 

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