Abandonado, largado,
Vejo um homem sujo, imundo,
Sentado, encostado no banco desse terminal.
Mão estendida,
Boca faminta,
Indiferença veemente,
No rosto de toda gente.
O que ele faz ali, sozinho?
Quem o abandonou?
Veio porque quis?
Ou alguém o obrigou?
Não sei mais o que esperar da humanidade,
Que nos obriga pouco a pouco,
A seguir um caminho sem volta.
Sinto pena do homem sujo,
Deitado no frio banco do terminal,
Passo e olho, e todos que passam fazem o mesmo.
Apenas olham...
Porque não ajudo?
Porque ninguém faz nada?
Já nos acostumamos com essa situação,
Por isso não nos esforçamos para muda-la.
A culpa pode ser dele de estar naquela situação,
Ou minha...
Por fazer parte, de uma sociedade discriminatória.
Mais claro que preferimos acreditar que o culpado seja ele,
Mesmo que não seja,
E na maior parte do tempo não é.
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