Foi no terceiro dia da minha internação que o perrengue começou, Wellington não pode ficar comigo nem durante o dia e nem a noite, sendo assim minha mãe ficou comigo o tempo todo naquelas 24 horas e ainda bem que ela estava lá, até então eu tinha sido atendida por enfermeiras maravilhosas em todos os plantões, mas naquele dia eu conheci duas enfermeiras que mudaram tudo e não foi muito pra melhor, como eu parecia estável e o bebê parecia que não ia nascer naquele momento as enfermeiras me mudaram de quarto, eu estava em um quarto sozinha, mas me levaram para um quarto com mais duas moças que estavam acompanhadas de seus maridos, lembram que eu disse que eu não podia me levantar? então a enfermeira que veio me buscar trouxe uma cadeira de rodas e me mandou levantar da cama e me sentar nela, me levaram por alguns corredores até o quarto novo e me instalaram lá, sem nenhuma delicadeza, minha mãe que me ajudou a ir para a cama, eu fazia xixi a cada 30 minutos e tinha que ser na comadre, eu não podia ir ao banheiro, sendo assim toda vez que eu queria fazer xixi minha mãe tinha que pedir para os maridos das moças saírem do quarto, eu odeio incomodar as pessoas e por causa disso eu comecei a ficar nervosa e me sentir mal, e outra coisa, quando me transferiram de quarto elas suspenderam a medicação que segurava a minha dilatação, porque segundo o que elas me informaram minha dilatação tinha parado naqueles 4 cm então não ia precisar mais, eu estava estável, porém não foi assim que aconteceu, eu fiquei muito nervosa, o quarto que me levaram parecia improvisado, não tinha janelas, só uma porta e não tinha luz no quarto, estava queimada, estávamos no escuro total exceto por uma lanterna, isso mesmo uma lanterna, e em algum momento naquela noite eu comecei a sentir dores, minha mãe dizia para eu me acalmar, mas doía muito, ai ela apertou aquela campainha para chamar a enfermeira, ela veio, fez o exame de toque e disse que eu não estava dilatando e nem com contrações pois minha barriga não estava dura, porém as dores vinham a cada 15 minutos certinho, a enfermeira me trouxe chá e bolachas, me mandou comer e tentar dormir que ia passar, eu não consegui comer, não tinha apetite, me virei para o lado e tentei dormir, mas a dor não passava, minha mãe chamou elas novamente, como eu continuava com dor, resolveram me medicar, porém lembram que não tinha luz no quarto, me medicaram usando uma lanterna na direção do meu braço, mas mesmo com a medicação a dor não passou, e ficava mais intensa, minha mãe chamou novamente as enfermeiras, elas estava,m claramente incomodadas poque minha mãe as chamavam toda hora, eu senti vontade de fazer coco, pois desde que havia sido internada não tinha feito nenhuma vez, as enfermeiras disseram que eu teria que fazer na comadre, aquilo foi o que me deixou mais nervosa, eu não ia fazer coco na frente das outras pessoas no quarto nem morta, pois os maridos sairiam, mas as moças que dividiam o quarto comigo continuariam lá, e eu estava tão nervosa que do nada senti uma cachoeira quente escorrer pelas minhas pernas, eu não sabia o que era, minha mãe levantou meu lençol e estava tudo cheio de sangue, mas era tanto sangue que eu pensei que estava perdendo meu bebê, minha mãe chamou mais uma vez a enfermeira, ela veio, apenas olhou e disse que era normal sangrar, minha mãe discutiu com ela, disse que não era nada normal, perguntou se elas estavam tentando me matar, fez um drama total, falou tanto que a enfermeira fez o toque, eu estava com 7 cm de dilatação, de 4 foi pra 7 e elas não saberiam se minha mãe não tivesse sido tão chata com elas, a enfermeira saiu e um dos maridos das moças disse que se fosse com a mulher dele já fazia um escândalo, aquilo parece ter dado força pra minha mãe porque ela começou a discutir com todo mundo.
Por fim acabaram chamando uma médica, ela mandou me transferir de volta para o quarto que eu estava sozinha e me darem a medicação que nunca deveriam ter suspendido, a enfermeira trouxe novamente a cadeira de rodas, me fez sentar nela e me levou de volta ao quarto, tomei a medicação e as dores pararam, tudo voltou ao normal, era mais ou menos seis horas da manhã quando eu fui consegui dormir, foi a pior noite da minha vida e mais estressante, eu não sabia se minha filha estava bem, mas tinha esperanças que ia ficar.
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